sábado, 13 de outubro de 2018

E o Empirismo?

A filosofia no laboratório de Ciências da Natureza. O problema do conhecimento ocupou muitos filósofos na história da filosofia. A classificação em correntes de pensamento realizada pelos pensadores modernos coloca no centro duas tendências: o racionalista e a empirista. Essas correntes representam visões opostas na maneira de explicar como o homem adquire conhecimentos. MOMENTO DA TEORIA. Qual a diferença entre racionalismo e empirismo? O Racionalismo e o empirismo são escolas de pensamento que buscam explicar a forma como os seres humanos adquirem o conhecimento, porém elas têm filosofias fundamentalmente opostas. Enquanto o racionalismo afirma que a fonte do conhecimento é a razão, o empirismo alega que é a experiência sensorial. O racionalismo acredita que existe um conhecimento inato, e que podemos chegar à verdade apenas pelo exercício da nossa razão, antes mesmo da experiência sensorial. Um exemplo disso seria a matemática, onde não precisamos confiar em nossos sentidos para estabelecer que 2 + 2 = 4. O conhecimento inato seria uma forma superior de conhecimento, que nos dá acesso a uma verdade mais substancial, que transcende o mundo cotidiano. O Empirismo é uma escola de filosofia que afirma que a realidade e o conhecimento são derivados da experiência sensorial. Como filosofia, é aliada pela metodologia das ciências naturais, e o único tipo de conhecimento que importa para o empirista é aquele que pode ser formalmente medido ou verificado. O empirismo trabalha os determinados princípios-chave para explicar de onde vem o conhecimento humano: Experiência sensorial - Os empiristas acreditam que nossas ideias vem unicamente da experiência sensorial. Essas ideias podem ser simples ou complexas, e fazem uso dos nossos cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição e visão. Ideias simples são aquelas que usam apenas um dos cinco sentidos para estabelecer a percepção, como por exemplo, saber que o açúcar é doce. Já as ideias complexas usam mais de um dos cinco sentidos para obter uma percepção mais detalhada, como saber que o açúcar, além de doce, é branco e granulado. Indução - A indução é o princípio mais crucial para o empirismo, semelhante à razão para os racionalistas. A indução é a crença de que poucas coisas podem ser conclusivas, especialmente sem experiência. Se uma árvore cai na floresta e ninguém está perto para ouvi-la, sua queda produzirá som? Este é um exemplo da perspectiva empirista da indução. Como não há ninguém na floresta para escutar o som da árvore caindo, então não se pode determinar se é verdade que a queda fez algum barulho. MOMENTO DO VÍDEO: https://youtu.be/TNArWHS0Vrw - Paródia - Empirismo Sugestão de roteiro • Quais os autores apresentados no vídeo e que teorias defendem? • Quais os principais argumentos de Hume? • Qual a argumentação cartesiana? • Como Hume refuta Descartes? MOMENTO DA AULA PRÁTICA: O professor deverá trazer de casa uma vasilha, de preferência de plástico, com umas cinco frutas. E um alimento que não seja frutas. Pode ser biscoito. A vasilha deverá está muito bem embalada, dificultando que os alunos vejam o que tem dentro. Professor, coloque os alunos em semicírculo ou leve-os ao laboratório da Ciência da Natureza. Peça ao alunos para lembrarem dos conceitos de Racionalismo e de Empirismo, destacando as suas diferenças. Solicite aos alunos que elaborem um relatório dessa aula. Começando assim: A professora entrou no laboratório, revisamos os conceitos e diferenças do Racionalismo e do Empirismo, em seguida, solicitou que cada aluno fizesse um relatório dessa aula. Apresentou um objeto, embrulhado de jornal, passado durex. Solicitou que cada aluno pegasse no objeto, olhasse, cheirasse, apalpasse, só não podia abrir o a embalagem, em seguida passasse para o colega ao lado e escrevesse, no caderno, uma descrição do que pensava que estivesse dentro da referida embalagem, de acordo com seus conhecimentos. Ao terminar a rodada, ou seja, todos passaram pela experiência de analisar o objeto, a professora escreve no quadro, todas as informações dadas pelos alunos, ou seja, o que eles achavam que estava dentro do misteriosos objeto. Alguns acertaram alguns itens, dentro da embalagem. Assim, a professora resolve dá uma dica: O que tem dentro desse objeto são frutas. Faz uma nova rodada, para que os alunos, analisassem, agora, com essa nova informação. Eles poderiam pegar no objeto, olhar, cheirar, apalpar, só não podia abrir o a embalagem, em seguida passasse para o colega ao lado e escrevesse, no caderno, uma descrição do que pensava que estivesse dentro da referida embalagem, de acordo com a dica que a professora forneceu. A professora coleta dos alunos os nomes das frutas por eles informados. Alguns alunos acertam o nome de algumas frutas. A professora, resolve abrir a embalagem, tem: A embalagem foi bem feita com diversos papeis, passado vários durex. Finalmente apresenta as cinco frutas e alguns biscoitos. Os alunos interferem, informando que biscoito não está na família das frutas. A professora volta a explicar sobre a dúvida cartesiana. Para Descartes, não há homens com mais e homens com menos razão. Esta é uma característica inata inerente à espécie humana. Então como pode haver o erro nos juízos? É preciso buscar um fundamento seguro e definitivo em que a verdade possa ser universalizada. A dúvida cartesiana é justificada por três argumentos. Primeiramente, a ilusão dos sentidos, ou seja, não poderíamos confiar nos nossos sentidos, os quais são limitados e enganosos. Em segundo lugar, não sabemos distinguir o mundo externo daquilo que é produto de nossa mente (argumento dos sonhos). Em terceiro lugar, há o gênio maligno: quem diz que não há um deus ou um demônio malévolo poderoso e astuto que dedicasse todas suas energias para enganar os homens? Nesse momento, portanto, criou-se um impasse: como Descartes poderia encontrar certezas irrefutáveis se, ao mesmo tempo, acreditava que deveria duvidar sistematicamente de tudo que se apresentasse para ele? Se, por um lado, Descartes acreditava que o ato de duvidar punha em dúvida até nossos sentidos, por outro, é impossível duvidar do pensamento: afinal, duvidar do pensamento é pensar. Mesmo a possibilidade de um deus enganador pressupõe a existência de um ser pensante que esteja nas garras desse gênio. Dessa forma, nosso pensamento e nossa existência seriam um ponto de partida inquestionável, uma certeza a partir da qual Descartes poderia edificar seu método filosófico. Nasceu então a famosa máxima cartesiana, o argumento do cogito: “Penso, logo existo” (Ego cogito ergo sum). Porém, o problema de Descartes ainda não estaria resolvido: se a única certeza do homem é o “eu”, ou seja, seu pensamento e sua existência, como Descartes iria fazer a ponte que ligasse a certeza que residia no indivíduo à incerteza do mundo externo? Como não cair no solipsismo? Solipsismo é a doutrina segundo a qual só existem, efetivamente, o eu e suas sensações, sendo os outros entes (seres humanos e objetos) partícipes da única mente pensante, meras impressões sem existência própria. Os alunos elaboraram excelentes relatórios, finalizaram explicando a importância das duas correntes para a construção do conhecimento. OBSERVAÇÃO: Essa aula, foi aplicada, no dia 11 de outubro 2018 pelos Pibidianos de Filosofia da UFBA: Ana Paula Carvalho e Ian Aragão Silva, sobre a orientação da Supervisora Almira Ribeiro, no Colégio Estadual Rotary, Salvador, Bahia. Bibliografia: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41393 https://www.diferenca.com/racionalismo-e-empirismo/ https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/rene-descartes-duvida-hiperbolica.htm https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/rene-descartes/ https://youtu.be/TNArWHS0Vrw - Paródia - Empirismo