domingo, 1 de julho de 2012

O quadro negro da educação brasileira poderia ser pior, se não tivéssemos tido um Anísio Teixeira (1900-1971) de olho no que acontecia em nossas escolas. E certamente não seria negro se mais idéias do educador baiano tivessem sido adotadas. Vale a pena examinar algumas. Elas parecem tão atuais que revelam duas constatações, uma sobre Anísio, outra sobre o país.
Sobre ele: pensava longe, e com uma rara alquimia capaz de unir talento administrativo a uma apurada capacidade de análise. "Foi um dos homens mais cultos deste país, mas ao mesmo tempo o menos exibicionista dos homens cultos deste país", declarou sobre ele o filólogo e escritor Antônio Houaiss. De fato, Anísio criava teses na trincheira acadêmica e, melhor, lutava para colocá-las em prática.
Resultado dessa atuação em duas frentes, a do serviço público e da universidade, é que ele teve papel decisivo na obrigatoriedade do ensino, na formação de professores, no fortalecimento de instituições de pesquisa como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (presidiu ambos), além de participar criticamente da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases, promulgada em 1961. Mesmo identificando-a como "retrato das perplexidades e contradições do país", ele vibrava com pequenas vitórias, como a possibilidade de os Estados criarem sistemas educativos próprios.
A constatação que o centenário de seu nascimento suscita sobre o país é que faltou vontade política para reverter um sistema educacional que nasceu voltado para as elites econômicas. Anísio dissecou em seus livros o caráter excludente da educação brasileira e o gargalo representado pelo Ensino Médio. "Para ele, era ali que se formava a composição da elite intelectual pela base econômica e não por critérios de competência, evidenciando a fratura social do país", analisa o professor Carlos Jamil Cury, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. A atual explosão de matrículas neste ciclo e a própria reforma em curso parecem confirmar, décadas mais tarde, o acerto da análise original.
Máquina de democracia
Anísio defendia que a escola pública era a "máquina que prepara as democracias". Sendo assim, deveria centrar-se em três eixos para formar bons cidadãos: o jogo, o trabalho e o estudo. A tradução concreta de suas idéias foram as Escolas-Parque, criadas na Bahia em 1950, quando foi Secretário de Educação pela segunda vez (na primeira, aos 23 anos, foi chamado de "bebê" e "verdoso educador"). Eram escolas de tempo integral, embrião dos Cieps criados por Darcy Ribeiro na década de 80 sob confessa influência do mestre baiano.
Muitos anos antes de experiências pioneiras como as que aconteceram nas Escolas-Parque, houve um momento histórico para a educação brasileira. E lá estava Anísio, como um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. No documento, fruto do panorama político representado pela ascensão da classe média a partir da Revolução de 30, são colocados princípios que, se hoje parecem líquidos e certos, não o eram naqueles anos, logo após o enterro da República Velha. São eles: obrigatoriedade do Ensino Básico, gratuidade, educação para ambos os sexos e ensino laico. Foi a primeira vez em nossa história que a educação passou a ser vista como um problema social.
Para enfrentar tanto atraso, o educador defendia uma nova postura na relação professor-aluno. Veja se sua opinião não parece saída dos Parâmetros Curriculares Nacionais: "O mestre deve confiar no aluno. Perca ele para sempre a idéia de que lhe cabe qualquer soberania sobre o pensamento do seu discípulo. Dê-lhe oportunidade para pensar e julgar por si".
Inspirado pelos princípios humanistas do filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952), de quem foi aluno, amigo e tradutor, Anísio Teixeira trouxe para o Brasil a noção de que era preciso usar métodos ativos que ensinassem o aluno a "aprender a aprender" em um ambiente escolar democrático. Ele dizia que "as inteligências que se ajustam ao ensino formal são as de certo tipo médio, excessivamente passivo. Os verdadeiramente capazes são desencorajados, e a grande maioria dos de outros tipos de inteligência — artística, plástica, prática — é destruída". Muito tempo antes do conceito de "múltiplas inteligências", Anísio já pensava dessa forma, com suas várias e lúcidas inteligências.
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/guerreiro-sala-aula-423227.shtml
Quando considero a curta duração da minha vida, engolida na eternidade do antes e do depois, e o pequeno espaço que eu preencho, e posso ver, ultrapassado pela infinita imensidão de espaços que ignoro e que não me conhecem, fico assustado, e espantado por estar aqui em vez de lá; porque não há razão para aqui em vez de lá, ou agora em vez de então. Quem me pôs aqui? Por ordem de quem e em que direção este lugar e tempo me foram atribuídos?
B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos
Atividade filosófica. Olá queridos educandos, segue uma relação de filmes que serão trabalhados na segunda unidade com o objetivo de ilustrar nossas aulas. Conforme combinado escolham um filme que melhor lhes agradem em seguida elaborem o seguinte exercício:
. - identifiquem qual é a “visão” do assunto que o diretor pretendeu passar no filme;
- levantem temas ou assuntos tratados no filme;
- reflitam sobre as representações e signos ou emblemas usados nos filmes, ou seja, qual a linguagem e seus elementos narrativos;
Na sala de aula iremos participar de um discussão analítica descrita sobre os filmes escolhidos.
1.FILME: O Nome da Rosa
2.FILME: Lutero
3.FILME: Joana D'arc
Conteúdo Estruturante – Teoria do Conhecimento
Conteúdo Específico – Pensamento Na Idade Média.
Qualquer dúvida é só postar aqui, ok? Espero vocês. Almira
Sócrates e a nossa relação com o mundo.
A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos.
De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa relação com os outros e com o mundo.
Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a seus discípulos, particularmente Platão. Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia: Conhece-te a ti mesmo.
Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 - 1984), devemos inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si.
Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer, tal como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito.

sábado, 23 de junho de 2012

O QUE É FILOSOFIA, E PARA QUE SERVE?

Da definição de Filosofia

A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.
Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3].
Cabe perguntar o que haveria de filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão. Hegel, por exemplo, afirma: "com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção sensível". Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como verdadeiro. Nietzsche, por sua vez, afirma:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/delamar1.htm

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Olá queridos e amigos alunos, este espaço é nosso, aqui será a extensão da sala de aula. Sejam todos muito bem vindos!!